Princesa Isabel, Lei Áurea, abolição da escravidão no Brasil. Você provavelmente já ouviu falar sobre esse tema na escola. No dia 13 de maio de 1888, uma princesa assinou um documento que mudaria a história do país: a escravidão foi oficialmente abolida. Mas será que foi mesmo?
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Embora o ato seja um marco histórico, o dia da abolição da escravatura não é amplamente celebrado pelo movimento negro. Isso porque a assinatura da Lei Áurea não foi acompanhada de políticas públicas que garantissem dignidade, reparação ou inclusão social à população negra.
O resultado? A perpetuação de desigualdades que ainda marcam a sociedade brasileira — mesmo após 137 anos da abolição.
Por isso, o dia 13 de maio é considerado uma data simbólica, que precisa ser debatida com profundidade. Como pais e responsáveis, temos o papel de inserir temas como racismo e desigualdade racial na educação das crianças, ajudando a formar cidadãos conscientes e comprometidos com um futuro mais justo.
Se você tem dúvidas sobre como abordar o dia da abolição da escravatura em casa, continue a leitura e entenda mais sobre a data, sua importância e como trabalhar a Consciência Negra com os pequenos.
Neste artigo você vai ver:
O que aconteceu no dia 13 de maio de 1888?
Por que o 13 de maio não é o Dia da Consciência Negra?
Qual a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro?
Qual a importância de abordar esse tema na educação?
Como falar sobre Consciência Negra com as crianças?
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O que aconteceu no dia 13 de maio de 1888?
No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, que dizia:
“É declarada extinta, desde a data desta lei, a escravidão no Brasil”.
Foi um documento curto e direto, aprovado em uma Assembleia Geral e sem qualquer menção a políticas de reparação para os ex-escravizados.
Na prática, a lei:
Libertou cerca de 700 mil pessoas escravizadas (menos de 10% da população);
Veio em um momento em que o sistema escravocrata já estava em declínio;
Não trouxe garantias de trabalho, moradia, terra ou inclusão social.
Além disso, o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. Por isso, a Lei nº 3.353 foi vista mais como uma correção de um erro histórico do que como um verdadeiro avanço social.
Mesmo sendo considerado um marco, o dia 13 de maio deixou um legado incompleto. Sem apoio ou qualquer política de reparação, a população negra enfrentou novas formas de exclusão:
Segregação, discriminação e marginalização — consequências que ainda podem ser sentidas na sociedade hoje.
Por que o 13 de maio não é o Dia da Consciência Negra?
Durante muito tempo, o dia 13 de maio foi celebrado como uma data de vitória — um símbolo de “liberdade” trazida pela assinatura da Lei Áurea que marcou a abolição da escravatura.
Quando 13 de maio deixou de ser feriado?
Na Primeira República (1889–1930), a data chegou a ser considerada como feriado nacional.
Mas isso mudou. No governo de Getúlio Vargas, o feriado foi extinto. A justificativa era construir uma identidade nacional mais “abrangente”, mas a verdade é que o dia da abolição da escravatura passou a ser cada vez mais questionado.
A crítica principal? O protagonismo dado à princesa Isabel.
Por muitos anos a princesa foi tratada como um personagem herói, a “redentora dos escravizados”, ignorando as milhares de pessoas negras e abolicionistas que lutaram por décadas para conquistar a liberdade no país.
Na prática, o dia 13 de maio:
Representa um ato político e econômico do império;
Foi usado para tentar manter a popularidade da monarquia;
Não garantiu reparação, inclusão nem justiça social.
Pois bem, o plano não funcionou já que poucos meses depois, em 15 de novembro de 1889, foi proclamada a República no Brasil.
Por tudo isso, o dia da abolição da escravatura passou a ser visto como uma abolição inacabada — feita “de cima para baixo”, sem escutar nem beneficiar os verdadeiros protagonistas.
Qual a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro?
Embora ambas as datas estejam ligadas à história da população negra no Brasil, o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro carregam significados e simbolismos muito diferentes.
Por que essa diferença importa?
Enquanto o dia 13 de maio simboliza uma libertação imposta e incompleta, o 20 de novembro reforça uma consciência ativa e coletiva, construída a partir da luta do povo negro.
Ensinar essa diferença às crianças é essencial para formar cidadãos mais críticos, empáticos e comprometidos com a justiça racial.
Qual a importância de abordar esse tema na educação?
Na escola, nós aprendemos sobre as datas oficiais e os marcos da história do Brasil. No entanto, apesar de o dia 13 de maio, conhecido como o dia da abolição da escravatura, ser um conteúdo presente nos livros didáticos, é preciso ir além da abordagem tradicional.
Hoje, já existe uma forte crítica à forma como o dia 13 de maio é ensinado. Contudo, a data ainda é muitas vezes retratada sem aprofundar as consequências sociais e históricas da abolição.
Educação antirracista começa em casa
A educação antirracista começa em casa, com pequenas atitudes no dia a dia que ensinam às crianças sobre igualdade, justiça e diversidade.
Por isso, é essencial que pais e responsáveis:
Reforcem os aprendizados da escola com uma visão mais crítica;
Incentivem conversas sobre igualdade e respeito;
Valorizem o protagonismo negro na história do Brasil;
Estimulem o pensamento crítico nas crianças.
Entender o verdadeiro significado do dia da abolição da escravatura ajuda as crianças a compreenderem por que o Brasil ainda enfrenta tantos desafios quando se fala em racismo, acesso à educação e igualdade de oportunidades.
Como falar sobre Consciência Negra com as crianças?
Falar sobre consciência negra em casa é essencial para que as crianças cresçam com valores de respeito, empatia e senso de justiça. Mais do que apenas aprender datas como o dia 13 de maio, elas precisam entender o contexto histórico, os impactos do acontecimento e o valor da diversidade.
Veja a seguir algumas dicas práticas para abordar o tema com os pequenos:
1. Use livros infantis com protagonismo negro
Histórias com personagens negros ajudam as crianças a se identificarem e normalizarem a diversidade desde cedo. Dê preferência a autores negros e narrativas que valorizem a cultura afro-brasileira.
2. Aproveite filmes e desenhos como ponto de partida
Animações como Soul e A princesa e o sapo (Disney) podem abrir espaço para conversas sobre representatividade, estereótipos e cultura negra de forma leve e acessível.
3. Fale sobre o 13 de maio com contexto
Explique que o dia da abolição da escravatura foi importante, mas que muitas injustiças continuaram depois disso — e é por isso que o debate continua necessário hoje.
4. Corrija falas e atitudes racistas
Quando presenciar ou ouvir atitudes racistas, aproveite para conversar. Ensine a criança a reconhecer essas situações e se posicionar de forma respeitosa.
5. Mostre referências positivas
Apresente personalidades negras da história, da ciência, da arte e do esporte. Isso ajuda a construir uma autoimagem positiva e combater o racismo.
E então, gostou desse conteúdo sobre o dia da abolição da escravatura? Compartilhe com outras famílias que gostariam de saber mais sobre o dia 13 de maio, e aproveite para ler outros artigos do nosso blog.
Educação é o caminho para combater o racismo
Como vimos, falar sobre o dia 13 de maio é uma oportunidade de refletir sobre as desigualdades que ainda existem e o papel da educação na transformação desse cenário.
Por isso, se você está em busca de uma escola que valorize esses princípios e ofereça ensino de qualidade com responsabilidade social, o Melhor Escola pode te ajudar.
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